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Uma resenha sobre "Anne With an E"

  • elasnatela
  • 17 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de nov. de 2020

Por Karina Xavier


Moira Walley-Beckett: este é o nome da escritora que deu origem à adaptação do livro de 1908 Anne de Green Gables, da autora Lucy M. Montgomery.


Moira, que conquistou em 2014 o Emmy na categoria roteiro de série dramática por ‘Breaking Bad’, produziu nesta adaptação muito além de uma série de três temporadas. Anne With an E possui um roteiro desenvolvido nitidamente com sentimento e propósito.


Disponível na Netflix desde maio de 2017, a produção canadense que tem como personagem principal a atriz Amybeth McNulty interpretando Anne Shirley-Cuthbert, é baseada nas vivências e amadurecimento da garota órfã que, apesar de muito jovem, enfrentou momentos de solidão e medo durante uma infância abusiva em orfanatos e casas de estranhos.



Mesmo diante disso, a protagonista nunca desistiu de encontrar o seu lugar no mundo. Anne lida com suas questões internas através da paixão pela leitura, o que contribui para que sua imaginação flua e a leve a lugares que sempre sonhou.


Os cenários, filmados parcialmente na Ilha do Príncipe Eduardo, retratam o final do século 19, passado em que culturalmente não se debatiam questões feministas. E este é um tema abordado genuinamente por Anne, que não compreende tudo que lhe é imposto, simplesmente por ser uma menina. O sentimento de se identificar com ela e/ou com os personagens que a cercam, gera um conforto e afeto quase que instantâneos, assim como os cenários das gravações, repletos de natureza e simplicidade, enquadrados em uma fotografia exuberante.



Imaginação, amizade e amor podem ser citados como os três pilares de todo o enredo desenvolvido em Anne With an E. A série é uma ótima escolha para gerar reflexões acerca de temas atuais e pertinentes da sociedade, como a diversidade, empatia e o protagonismo feminino.


Além disso, Anne incentiva a leitura e ressalta o poder que a mesma possui de nos levar a lugares até então desconhecidos. Amybeth consegue transparecer a essência da personagem de maneira tão natural que passa a ser difícil imaginar outra intérprete no papel.


Essa conexão e aprofundamento não são notados somente no caso de Anne. Outros atores realmente se aprofundaram nas diferentes histórias de vida de seus personagens e a questão do privilégio e de classes sociais divergentes também é representada de forma leve e de fácil absorção durante os episódios.

Destaco a atuação admirável dos irmãos de Green Gables, Marília (Geraldine James) e Mathew (R.H. Thompson) que logo no início da história adotam Anne por engano e aos poucos vão se tornando parte essencial da vida da garota, provando-a o quanto ela merece ser amada e, finalmente, ter uma família.


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A série de televisão canadense é adaptada pela escritora e produtora vencedora do Emmy, Moira Walley-Beckett. Foto: reprodução


Anne conclui as três temporadas como uma mulher forte e heroína da própria história, que encontrou seu lugar no mundo e marcou a vida de todos que a cercam com sua personalidade intensa e pura. A personagem é de uma representatividade imensa no que diz respeito ao protagonismo feminino, e se você ainda não se permitiu encantar-se por ela, fica aqui a minha indicação.

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