Endometriose: a doença que aflige milhões de mulheres no mundo
- elasnatela
- 20 de nov. de 2020
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Por Isabela Dantas
A famosa TPM, cólica e dores antes do período menstrual, é algo comum entre as mulheres, entretanto é bom ficar atenta. Muitos desses sintomas estão sendo relacionados a uma doença pouco conhecida, a endometriose.
A endometriose é uma disfunção causada pela presença do endométrio, tecido que reveste o interior do útero, nas tubas uterinas, ovários e outros órgãos, ao invés de ser expelido pela menstruação, permanecendo no interior do corpo e lá se multiplicando.
Sendo uma doença crônica, que afeta uma a cada dez mulheres no mundo, a Endometriose já atinge 7 milhões de brasileiras, conforme dados da Organização Mundial da Saúde.
Thífani Postali, publicitária, de 35 anos, dedicou boa parte de sua vida em busca do diagnóstico da doença.
“Eu convivia com isso achando que era algo natural, desmaiava, perdia os sentidos e tremia de dor. Meu endométrio estava afetando minha bexiga e intestino, causando uma lesão. Passei 18 anos sem saber que tinha endometriose e agora há um mês, fiz a cirurgia”, conta Thífani.
Com Karina Gonçalves, publicitária, de 23 anos, a história também não foi diferente. Karina diz que sentia muitas dores nas pernas, costas e muita cólica fora do período menstrual. A publicitária chegou a se consultar com dois médicos, porém nenhum deles sabia o que era, apenas argumentavam ser algo emocional. Assim, não satisfeita, Karina procurou um urologista que a diagnosticou e após a descoberta, precisou realizar a cirurgia.
É importante ressaltar que são poucos e específicos os exames que diagnosticam a doença. O ultrassom de rotina não visualiza, apenas por via vaginal, com lavagem intestinal.
Hoje com a evolução dos exames, dá para se ter uma boa noção, por exemplo, com o USG e a Ressonância Magnética, mas poucos médicos radiologistas são especializados para avaliar, explica o médico Marcelo Avella, responsável pelo Centro de Endometriose de Sorocaba.
Algumas mulheres encontram o problema em sua fase inicial, como a Karina, já outras passam por momentos de dores intensas, até serem diagnosticadas, como a Thífani.
“A endometriose é uma doença antiga. O que estamos observando agora é uma mudança no perfil da mulher. Antigamente, uma mulher de 18 anos já tinha seu primeiro filho e logo após tinha vários outros. A mulher atual está querendo engravidar, por volta dos 35 anos e ter geralmente um filho só. Sabemos que quanto mais a mulher menstrua mais chances de endometriose ela pode ter. Assim, esta seria uma teoria, associada as mudanças ambientais, como poluição e o tipo de alimentação que temos hoje”, esclarece Marcelo Avella.
Dessa forma, é necessário ficar atenta a alguns sintomas e sempre prestar atenção em seu corpo. Realizar exames de rotina e ir ao ginecologista ao menos uma vez ao ano, é essencial para a manutenção da saúde feminina.
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